Filha de Pais divorciados, A Busca da Felicidade

Nem dá para acreditar. Como o tempo voa… Já passaram quinze anos! ”Não preferias que tivessem juntos?”, perguntam-me tantas pessoas.”Não! Prefiro assim!“, respondo prontamente. Já assisti às reações mais diversas que se possa imaginar: desde uma única expressão facial “meio atrapalhada, meio admirada”; àquele silêncio constrangedor; a um comentário “não entendo”. Tudo isto por preferir que os meus pais estejam divorciados do que juntos.

Bem sei que com o passar dos anos são inúmeros os casais que se divorciam, mas, ainda assim, são muitas as pessoas que não aceitam esse facto. Umas consideram que um casal que se separa é porque está a fugir à responsabilidade, que não consegue resolver os seus problemas e que, a separação é o caminho mais fácil. No entanto esquecem-se do mais importante: SER FELIZ! Esta é a questão. Para quê tentar resolver problemas que não têm solução? Para quê sofrer e fazer sofrer a pessoa com quem se está e, muitas vezes os filhos que estão presentes e que sentem quando algo de mal se passa? Para quê tudo isto?Ninguém diz que é fácil tomar essa decisão, para nenhum dos cônjuges, nem para os filhos e muitas vezes, nem para os restantes familiares. Mas, a meu ver, nestes tempos de stress permanente, de crise (um dos contributos para muitas discussões familiares), é necessário chegar a casa e estar bem, sentir-se bem. O que acontece com a maior parte dos casais que ponderam o divórcio é exatamente essa questão, o seu bem-estar.Sou apenas uma Filha de pais separados, com 25 anos que já está a viver junta há dois. Uma jovem a quem a experiência do divórcio dos pais, aos dez anos de idade, ensinou bastante. Não só nessa altura, como e principalmente, com o decorrer dos anos, experiências e momentos. Muitas vezes o mais complicado é saber se teremos ou não a capacidade de levar o barco individualmente, uma vez que, por muitos anos, se partilhou uma casa, desabafos, momentos, uma vida. A busca da felicidade deve ser possível para todos e nada deve prender essa busca.A quem pondera a hipótese da separação e que não a consegue tomar por ter filhos pequenos, deixo o meu humilde conselho: façam-no! Porque nós filhos de pais divorciados, somos quem mais sofre com a infelicidade dos pais! Tomem a decisão final, e lembrem-se que nós, apesar de no início nos retrairmos um pouco, acabamos por nos habituar e saber viver com a situação da melhor forma e chegando mesmo a tirar as nossas pequenas vantagens de tudo.Todos saem a ganhar! Mas ATENÇÃO: os pais não podem cair no erro de tentarem de todas as formas e mais algumas “puxar os filhos para o seu lado”, prejudicando o outro, pois não fazem sofrer apenas o vosso ex-companheiro/a, mas sim e, principalmente, os filhos . Nunca devem dizer mal um do outro, deixem-nos crescer e fazer os nossos julgamentos. Deixem-nos aprender a lidar com tudo o que vem de novo. Assim, no futuro, seremos capazes de discernir entre o certo e o errado sozinhos e sem cair em erros patéticos.FELICIDADE, de pais e filhos, seja ou não da forma mais tradicional, é o mais importante!

Sara Lajas

Tenho 25 anos, sou licenciada em Comunicação Social e Cultural. Acabei o curso em 2009 e desde então tenho estagiado e trabalhado sempre na área da comunicação. Comecei por estagiar e colaborar como jornalista em Sintra e entretanto passei por algumas agências de comunicação onde “apanhei” o gosto pela divulgação de projetos e produtos. Hoje em dia, sou voluntária na UPPA – União Para a Proteção dos Animais, também e, principalmente, fazendo toda a sua comunicação, divulgação, etc. Mas como sou apaixonada por animais, também os visito, passeio, ajudo em tudo. Gosto de viajar, bastante. E gosto sempre de escrever as minhas experiências quase como um diário de bordo! Gostava de estar em melhores condições de trabalho, mas não desisto, O Sonho Comanda a Vida e sei que mais dia menos dia estou a realizar os meus sonhos!

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